domingo, 21 de julho de 2013

A construção do imaginário infantil
Sandra Regina R. Cintra

O professor deve ter claro o tipo de representação de infância com que se trabalha. Esta infância não é coisa qualquer, mas algo histórico, ser em construção, no qual tem uma leitura de mundo, que possui no seu imaginário uma ciência, uma religião e até mesmo o imaginário da escola.
Pode-se perceber que o papel do professor neste processo é de fundamental importância, sendo ele o mediador deste processo que propiciará um desenvolvimento norteado pela ética e cidadania de forma responsável, sem perder o exercício da imaginação, preservando o onírico presente na criança.
A construção do imaginário é histórica, cultural e também ideológica, é preciso tomar cuidado para não naturalizar a infância, não se pode esquecer que esta também participa do coletivo social, esta infância é um dos momentos em que se pode observar uma intensa produção.
Vygotsky destaca em seu livro, a formação social da mente que:
Em estudos experimentais sobre o desenvolvimento do ato de pensar em crianças em idade escolar, tem se admitido que processos como dedução, compreensão, evolução das noções de mundo, interpretação da casualidade física, o domínio das formas lógicas de pensamento e o domínio da lógica abstrata ocorrem por si mesmas, sem nenhuma influencia do aprendizado escolar (VYGOTSKY, 1994, p. 88).
Pode-se entender, então, que segundo o autor Vygotsky a maturação de uma criança, bem como o seu desenvolvimento, são vistos como pré-condição de aprendizado e não um resultado, ou seja, o aprendizado gera uma base sobre o desenvolvimento, deixando então este último inalterado.
Para se trabalhar na construção do imaginário é preciso pesquisar e ter clareza com que tipos de infâncias estão trabalhando. A criança em si não é uma tábula rasa.
Quando chega à fase dos sete ou oito anos, a criança começa a racionalizar seus pensamentos, neste instante passa a ser inundada pelos porquês, tentando entender a razão dos problemas e fatos, tomam por base neste instante os padrões recebidos pela família e sociedade.
É nesta fase que não só a família, mas amigos e professores tornam-se importantes para sua vivência. A literatura e os contos de fadas ajudam na formação da criança, contribuindo para a alfabetização, pois configura este contato da criança com a leitura e escrita, além de auxiliar na formação do seu caráter.
Os contos de fadas favorecem o desenvolvimento psíquico da criança. Ao ouvi-los, elas absorvem destas narrativas lições que contribuirão para o seu desenvolvimento anterior.
Segundo Vygotsky, quando a criança reproduz o comportamento social de um adulto em seus jogos está fazendo uma combinação do real com sua ação fantasiosa, isto porque a criança tem como necessidade a reprodução do cotidiano do adulto, o qual ainda não pode fazer como gostaria.
Busca em seu faz de conta obter conhecimentos antecipados do mundo ao seu redor. A escola pode proporcionar uma fase muito rica para a criança, dependendo dos conteúdos que aborda. Trata-se de uma fase em que a criança praticamente sonha acordada, está inventando e descobrindo coisas.
É de suma importância o papel do professor neste momento, pois poderá disponibilizar recursos que irão aprimorar seus conhecimentos, aguçando a curiosidade dos alunos, ampliando seu vocabulário visual, incentivando-o.
É neste momento que o professor tem a oportunidade de proporcionar um cenário perfeito que contribuirá para que se façam construções no imaginário das crianças, levando-as a movimentos de mudanças e descobertas, instigando-as a criticarem e argumentarem, favorecendo o ambiente de aprendizagem.
Sandra Regina R. Cintra é Mediadora de Informática Educacional da Planeta Educação em Osasco. O artigo é fragmento do seu Trabalho de Conclusão de Curso – TCC.
Bibliografia
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: MARTINS FONTES, 1994

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